Direto da Folha de S.Paulo: "Violência contra homossexuais"/Drauzio Varella
São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010
DRAUZIO VARELLA
Violência contra homossexuais
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Negar direitos a casais do mesmo sexo é imposição que vai contra princípios elementares de justiça
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A HOMOSSEXUALIDADE é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.
Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência a mulheres e a homens homossexuais. Apesar de tal constatação, esse comportamento ainda é chamado de antinatural.
Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (leia-se Deus) criou os órgãos sexuais para a procriação; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou Ele).
Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?
Se a homossexualidade fosse apenas uma perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.
Em alguma fase da vida de virtualmente todas as espécies de pássaros, ocorrem interações homossexuais que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.
Comportamento homossexual foi documentado em fêmeas e machos de ao menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.
A homossexualidade entre primatas não humanos está fartamente documentada na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no "Journal of Animal Behaviour" um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre os machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.
Masturbação mútua e penetração anal estão no repertório sexual de todos os primatas já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.
Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas.
Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por mero capricho. Quer dizer, num belo dia, pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas, como sou sem-vergonha, prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.
Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.
A sexualidade não admite opções, simplesmente se impõe. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.
Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países o fazem com o racismo.
Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais que procurem no âmago das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal aceitam a alheia com respeito e naturalidade.
Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.
Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser nazistas a ponto de pretender impor sua vontade aos mais esclarecidos.
Afinal, caro leitor, a menos que suas noites sejam atormentadas por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu por 30 anos?
Os vôos ( questionamentos, discussões, idéias e pensamentos ) d@s futur@s cientistas sociais e afins...
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, nordestinos!
Por José Barbosa Junior
A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...
Ah! Nordestinos...
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”
Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!
José Barbosa Junior
Por José Barbosa Junior
A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...
Ah! Nordestinos...
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”
Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!
José Barbosa Junior
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
As tropas contra o aborto vêm aí com toda a força - Blog Xico Vargas
21-11-2010
O silêncio das legiões antiaborto, que ajudaram a estancar a crise em torno da candidatura de Dilma Rousseff, apenas indica que esperam a troca de presidentes para apresentar a conta. São basicamente vinte deputados (mas contabilizam 72), de variadas denominações evangélicas, que se atribuem a condição de integrantes da Frente Parlamentar Evangélica e pretendem inaugurar a próxima legislatura com a instalação da CPI do Aborto. A pauta é ampla, mas suas excelências prometem concentrar o trabalho na caça às clínicas que realizam abortos ilegais e ao mercado fornecedor do que classificam como "medicamentos abortivos".
Cytotec - já regulado por normas extremamente rigorosas da ANVISA - à parte, o que os deputados querem realmente é ver aprovado de vez o Estatuto do Nascituro, que vem a ser o projeto de lei 478/07, dos deputados Luiz Bassuma (PT-BA) e Miguel Martini (PHS-MG), com substitutivo da deputada Solange Almeida (PMDB-RJ). Obra máxima do obscurantismo, o Estatuto acaba com qualquer discussão sobre aborto, pois sequer ressalva as duas hipóteses em que a legislação atual admite: estupro e risco de vida para a mãe. Só aí já afronta o Direito ao estabelecer o entendimento tácito sobre ambos os casos. De quebra, liquida com a ciência que pesquisa tratamentos com células-tronco de embriões. Além de classificar o aborto como crime hediondo e, portanto, imprescritível, o projeto chega ao absurdo de prever para o estuprador o pagamento de pensão à criança que eventualmente resulte do crime. É o primeiro passo para a descriminalização do estupro.
Mais cruel, porém, do que a treva que semeia é não conter o projeto uma única palavra sobre as mulheres que anualmente se submetem a abortos inseguros no Brasil (mais de um milhão) ou as que chegam aos hospitais em consequência dessas intervenções (quase 400 mil), muitas das quais herdam da experiência sequelas definitivas, outras tantas morrem.
Imaginar que existam vinte (ou 72) cabeças capazes de produzir e defender o PL 478/07 oferece tênue ideia da próxima legistura. Mais ainda se entrar na balança a guerra santa que tingiu o segundo turno da eleição e a fatura a ser cobrada. O Estatuto já passou na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. Faltam duas para ir a Plenário e não há na linha do horizonte sinais de resistência. Ao contrário. Desde que a CNBB, em 2005, passou a mão na cabeça do governo em plena crise do mensalão as vozes que discursavam no Planalto pelos direitos da mulher tornaram-se murmúrio. Acabaram silenciadas.
IMS/UERJ - R. São Francisco Xavier, 524, 6º Andar, BL E-20550-013-Rio de Janeiro-RJ-Brasil-Tel:(21)2568-0599
______________
Instituto Papai
Jorge Lyra
O silêncio das legiões antiaborto, que ajudaram a estancar a crise em torno da candidatura de Dilma Rousseff, apenas indica que esperam a troca de presidentes para apresentar a conta. São basicamente vinte deputados (mas contabilizam 72), de variadas denominações evangélicas, que se atribuem a condição de integrantes da Frente Parlamentar Evangélica e pretendem inaugurar a próxima legislatura com a instalação da CPI do Aborto. A pauta é ampla, mas suas excelências prometem concentrar o trabalho na caça às clínicas que realizam abortos ilegais e ao mercado fornecedor do que classificam como "medicamentos abortivos".
Cytotec - já regulado por normas extremamente rigorosas da ANVISA - à parte, o que os deputados querem realmente é ver aprovado de vez o Estatuto do Nascituro, que vem a ser o projeto de lei 478/07, dos deputados Luiz Bassuma (PT-BA) e Miguel Martini (PHS-MG), com substitutivo da deputada Solange Almeida (PMDB-RJ). Obra máxima do obscurantismo, o Estatuto acaba com qualquer discussão sobre aborto, pois sequer ressalva as duas hipóteses em que a legislação atual admite: estupro e risco de vida para a mãe. Só aí já afronta o Direito ao estabelecer o entendimento tácito sobre ambos os casos. De quebra, liquida com a ciência que pesquisa tratamentos com células-tronco de embriões. Além de classificar o aborto como crime hediondo e, portanto, imprescritível, o projeto chega ao absurdo de prever para o estuprador o pagamento de pensão à criança que eventualmente resulte do crime. É o primeiro passo para a descriminalização do estupro.
Mais cruel, porém, do que a treva que semeia é não conter o projeto uma única palavra sobre as mulheres que anualmente se submetem a abortos inseguros no Brasil (mais de um milhão) ou as que chegam aos hospitais em consequência dessas intervenções (quase 400 mil), muitas das quais herdam da experiência sequelas definitivas, outras tantas morrem.
Imaginar que existam vinte (ou 72) cabeças capazes de produzir e defender o PL 478/07 oferece tênue ideia da próxima legistura. Mais ainda se entrar na balança a guerra santa que tingiu o segundo turno da eleição e a fatura a ser cobrada. O Estatuto já passou na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. Faltam duas para ir a Plenário e não há na linha do horizonte sinais de resistência. Ao contrário. Desde que a CNBB, em 2005, passou a mão na cabeça do governo em plena crise do mensalão as vozes que discursavam no Planalto pelos direitos da mulher tornaram-se murmúrio. Acabaram silenciadas.
IMS/UERJ - R. São Francisco Xavier, 524, 6º Andar, BL E-20550-013-Rio de Janeiro-RJ-Brasil-Tel:(21)2568-0599
______________
Instituto Papai
Jorge Lyra
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Escravos do tempo
Todo dia a insônia me convense que o céu faz tudo ficar infinito.
Com essa frase clássica do Barão Vermelho começo minhas reflexôes noturnas.
Em meu congelamento voluntário, em meio a neblina dos meus pensamentos sonhei com um sonho.
Sonhei que andava em uma rua vazia de movimento.
Ao final da rua avistei uma senhora, me aproximei e perguntei:" que horas são?".
Ela olhou para mim e disse mais ou menos assim:
"Hora? Medição do tempo.
Tempo? Afinal, o que é tempo?
Dias. Semanas. Meses.
Tudo passa rápido. E as vezes custam a passar.
Olhe para mim. Sou uma senhora, na semana passada eu era uma jovem andando de bicicleta no parque.
Espere... Faz mais tempo que isso.
O tempo, minha querida, o tempo é relativo.
Isso quer dizer que o tempo existe então.
E onde ele está?
No espaço?
No meu rosto?
Com certeza no meu rosto.
Pra que rélogio, minha querida?
A sensação de saborear o momento sem a preocupação que ele acabe é simplesmente magnífica.
Saborear. Degustar. Digerir.
Querida as pessoas se preocupam demais com o tempo, estão acorrentadas a ele por seus pulsos.
E o pulso não pulsa apenas, faz tic-tac!
Hora para acordar, comer, estudar, trabalhar, dormir...
E nisso o tempo passa.
As 24 horas diárias se transformam em 12. E todo dia é a mesma coisa.
Quantas vezes você já não pediu umas horinhas a mais?
Esqueça!
A função do tempo é nos aprisionar, nos oprimir, nos castrar os desejos.
Simplesmente por falta de tempo.
Algumas vezes consegue me soltar desta corrente.
Incrível. Liberdade. É isso que se tem. Liberdade.
Tente.
Você pode pensar que é impossível. Que precisamos desesperadamente de algo para nos guiar.
Tente. Não é para a vida toda. São apenas algumas horas. Fica a seu critério.
Tente, querida, tente enquanto é tempo..."
Meu despertador tocou.
Com essa frase clássica do Barão Vermelho começo minhas reflexôes noturnas.
Em meu congelamento voluntário, em meio a neblina dos meus pensamentos sonhei com um sonho.
Sonhei que andava em uma rua vazia de movimento.
Ao final da rua avistei uma senhora, me aproximei e perguntei:" que horas são?".
Ela olhou para mim e disse mais ou menos assim:
"Hora? Medição do tempo.
Tempo? Afinal, o que é tempo?
Dias. Semanas. Meses.
Tudo passa rápido. E as vezes custam a passar.
Olhe para mim. Sou uma senhora, na semana passada eu era uma jovem andando de bicicleta no parque.
Espere... Faz mais tempo que isso.
O tempo, minha querida, o tempo é relativo.
Isso quer dizer que o tempo existe então.
E onde ele está?
No espaço?
No meu rosto?
Com certeza no meu rosto.
Pra que rélogio, minha querida?
A sensação de saborear o momento sem a preocupação que ele acabe é simplesmente magnífica.
Saborear. Degustar. Digerir.
Querida as pessoas se preocupam demais com o tempo, estão acorrentadas a ele por seus pulsos.
E o pulso não pulsa apenas, faz tic-tac!
Hora para acordar, comer, estudar, trabalhar, dormir...
E nisso o tempo passa.
As 24 horas diárias se transformam em 12. E todo dia é a mesma coisa.
Quantas vezes você já não pediu umas horinhas a mais?
Esqueça!
A função do tempo é nos aprisionar, nos oprimir, nos castrar os desejos.
Simplesmente por falta de tempo.
Algumas vezes consegue me soltar desta corrente.
Incrível. Liberdade. É isso que se tem. Liberdade.
Tente.
Você pode pensar que é impossível. Que precisamos desesperadamente de algo para nos guiar.
Tente. Não é para a vida toda. São apenas algumas horas. Fica a seu critério.
Tente, querida, tente enquanto é tempo..."
Meu despertador tocou.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Reflexões sobre a relação entre Certeza, Ignorância, Religião e Política
Qual o inimigo natural (e fatal ) da ciência?
Essa foi uma pergunta feita na sala de aula ontem, cuja resposta, me tirou do lugar, ao qual costumo ir constantemente ( um hábito miserável ). Um lugar chamado CERTEZA.
Certeza por si só, já é um “inimigo” da ciência. Se tivermos certeza, não precisaremos ir à procura de mais nada. Por outro lado, se temos DÚVIDA, sempre buscaremos ter “certeza”, ou seja, sempre buscaremos mais informações.
Mas, e quanto ao inimigo natural da ciência?? Esse inimigo se chama IGNORÂNCIA.
Como ficou muito bem explicado, ignorância no sentido de “não buscar” a informação. Não pesquisar “mais”, não dar um passo além, um passo à frente.
Entendo, também, como sendo uma estagnação ou como comodismo. Algo como a tal zona de conforto.
Por preguiça de ir, aceito o lugar onde estou e fico por aqui mesmo.
Ou, pela CERTEZA que tenho, que minhas concepções estão corretas, não preciso de mais informações. E, além disso, ( o que é pior ) nego tudo que for contrário a essas concepções. Sem precisar analisar mais nada, pois eu já tenho certeza do que é e de que está CERTO.
Sei o que está ABSOLUTAMENTE certo. INEGAVELMENTE certo. IRREVOGAVELMENTE certo.
Definitivamente, grandes inimigos. E esses inimigos da ciência parece que estão invadindo todas as áreas, inclusive a política, e se não tomarmos cuidado seremos todos tragicamente afetados.
Lendo e observando tudo que acontece em torno da disputa eleitoral, acho que a IGNORÂNCIA está nos sufocando.
Enquanto a certeza se propaga e assume papéis reivindicatórios.
Certezas plenas, baseadas na ignorância cega ( se não for cega, talvez não seja ignorância, seja dissimulação mórbida e atroz ) que na verdade apenas são camuflagens do PRECONCEITO, da DISCRIMINAÇÃO, da INTOLERÂNCIA, do RACISMO, do ETNOCENTRISMO, da SEGREGAÇÃO. Tudo sendo PROPAGADO, DISSEMINADO, INFLADO, INCENTIVADO em nome de deus.
Mais um pouco e viveremos um APARTHEID RELIGIOSO.
Já imagino: em Jaboatão só os evangélicos co-habitarão; no Recife, apenas os católicos serão aceitos; em Olinda, só umbandistas poderão subir as ladeiras; Paulista será o Quilombo do movimento dos “ sem religião”; e em Camaragibe e Zona da Mata adentro, tod@s militantes de qualquer segmento, se refugiarão, armados fortemente com metralhadoras e fuzis, para se protegerem contra as investidas da “new opus dei” que se filiarão aos “neo nazistas”, para dizimar da face da terra todo sangue impuro, praticantes do satanismo, como ateus, judeus, gays, lésbicas, feministas, filantropos, negr@s, maconheir@s e claro os professores que tentarão, através do conhecimento ensinar a “heresia do papa”, ou seja, ensinar que pode haver outra forma dos humanos conviverem harmoniosamente uns com os outros, isso se houver tolerância e respeito pela diferen...(êpa, o professor caiu morto com uma bala na cabeça )
Ufa!, acho que acabei de ter um pesadelo. Mas me pareceu tão real, que estou em dúvida da sua veracidade, me pareceu tão familiar... alguém pode me beliscar?
Tudo bem, dizem que os sonhos ( ou pesadelos ) às vezes refletem um pouco as coisas que vivenciamos ou pensamos constantemente. E lembro bem que pensei nisso, quando ouvi um pastor dizer que jamais celebraria um casamento gay, porque isso é contra deus. Lembrei disso também quando li um texto sobre o feminismo em que dizia que a igualdade entre homens e mulheres é uma blasfêmia, pois assim como no corpo humano um lado sempre tem mais comando que o outro, assim deve ser a convivência entre os dois sexos.
Então, pode ser que meu pesadelo tenha uma razão de ser.
E por falar em razão, lembrei de uma frase que Gisela escreveu num dos comentários dela aqui no blog:
"Violência ainda não foi derrubada pela razão humana".
Pois é, parece que a razão humana está sendo admoestada pelas certezas religiosas e pela intolerância pregada por muit@s interpretadores da bíblia (quando o fazem de forma literal e/ou de forma manipuladora) e que estão em sua liderança (religiosa).
E, além disso, se por um lado os educadores não estão apaixonados por suas profissões para ensinar os alunos a pensarem e entenderem a realidade em que vivem com clareza e sem a manipulação inerente ao sistema educacional como um todo, que justifica a manutenção do próprio “sistema” e com isso geram milhares de “ovelhas” para o pasto, do outro lado tem muita gente utilizando-se da “prática educacional” e da dialética, ou da lábia, pra persuadir e atrair milhares de fiéis que necessitam de algo “sólido” para se agarrarem. Já que a razão adormecida na ignorância mais parece um pântano escorregadio e perigoso, no qual quem nele se aventura estará sujeito a queimar eternamente no mármore do inferno ( ou qualquer outra coisa que o valha ).
Engraçado é que eu intentava falar de política, quando comecei a escrever esse texto. É, mas política e religião não é praticamente o pleito eleitoral do momento?
OBS.: a palavra deus no texto acima aparece com a inicial em minúsculo, em respeito ao meu Deus, que não é esse deus do qual falam por ai, que prega a discórdia, a vingança, a segregação, a tirania, o preconceito. Muito menos vende o lugar no céu.
Essa foi uma pergunta feita na sala de aula ontem, cuja resposta, me tirou do lugar, ao qual costumo ir constantemente ( um hábito miserável ). Um lugar chamado CERTEZA.
Certeza por si só, já é um “inimigo” da ciência. Se tivermos certeza, não precisaremos ir à procura de mais nada. Por outro lado, se temos DÚVIDA, sempre buscaremos ter “certeza”, ou seja, sempre buscaremos mais informações.
Mas, e quanto ao inimigo natural da ciência?? Esse inimigo se chama IGNORÂNCIA.
Como ficou muito bem explicado, ignorância no sentido de “não buscar” a informação. Não pesquisar “mais”, não dar um passo além, um passo à frente.
Entendo, também, como sendo uma estagnação ou como comodismo. Algo como a tal zona de conforto.
Por preguiça de ir, aceito o lugar onde estou e fico por aqui mesmo.
Ou, pela CERTEZA que tenho, que minhas concepções estão corretas, não preciso de mais informações. E, além disso, ( o que é pior ) nego tudo que for contrário a essas concepções. Sem precisar analisar mais nada, pois eu já tenho certeza do que é e de que está CERTO.
Sei o que está ABSOLUTAMENTE certo. INEGAVELMENTE certo. IRREVOGAVELMENTE certo.
Definitivamente, grandes inimigos. E esses inimigos da ciência parece que estão invadindo todas as áreas, inclusive a política, e se não tomarmos cuidado seremos todos tragicamente afetados.
Lendo e observando tudo que acontece em torno da disputa eleitoral, acho que a IGNORÂNCIA está nos sufocando.
Enquanto a certeza se propaga e assume papéis reivindicatórios.
Certezas plenas, baseadas na ignorância cega ( se não for cega, talvez não seja ignorância, seja dissimulação mórbida e atroz ) que na verdade apenas são camuflagens do PRECONCEITO, da DISCRIMINAÇÃO, da INTOLERÂNCIA, do RACISMO, do ETNOCENTRISMO, da SEGREGAÇÃO. Tudo sendo PROPAGADO, DISSEMINADO, INFLADO, INCENTIVADO em nome de deus.
Mais um pouco e viveremos um APARTHEID RELIGIOSO.
Já imagino: em Jaboatão só os evangélicos co-habitarão; no Recife, apenas os católicos serão aceitos; em Olinda, só umbandistas poderão subir as ladeiras; Paulista será o Quilombo do movimento dos “ sem religião”; e em Camaragibe e Zona da Mata adentro, tod@s militantes de qualquer segmento, se refugiarão, armados fortemente com metralhadoras e fuzis, para se protegerem contra as investidas da “new opus dei” que se filiarão aos “neo nazistas”, para dizimar da face da terra todo sangue impuro, praticantes do satanismo, como ateus, judeus, gays, lésbicas, feministas, filantropos, negr@s, maconheir@s e claro os professores que tentarão, através do conhecimento ensinar a “heresia do papa”, ou seja, ensinar que pode haver outra forma dos humanos conviverem harmoniosamente uns com os outros, isso se houver tolerância e respeito pela diferen...(êpa, o professor caiu morto com uma bala na cabeça )
Ufa!, acho que acabei de ter um pesadelo. Mas me pareceu tão real, que estou em dúvida da sua veracidade, me pareceu tão familiar... alguém pode me beliscar?
Tudo bem, dizem que os sonhos ( ou pesadelos ) às vezes refletem um pouco as coisas que vivenciamos ou pensamos constantemente. E lembro bem que pensei nisso, quando ouvi um pastor dizer que jamais celebraria um casamento gay, porque isso é contra deus. Lembrei disso também quando li um texto sobre o feminismo em que dizia que a igualdade entre homens e mulheres é uma blasfêmia, pois assim como no corpo humano um lado sempre tem mais comando que o outro, assim deve ser a convivência entre os dois sexos.
Então, pode ser que meu pesadelo tenha uma razão de ser.
E por falar em razão, lembrei de uma frase que Gisela escreveu num dos comentários dela aqui no blog:
"Violência ainda não foi derrubada pela razão humana".
Pois é, parece que a razão humana está sendo admoestada pelas certezas religiosas e pela intolerância pregada por muit@s interpretadores da bíblia (quando o fazem de forma literal e/ou de forma manipuladora) e que estão em sua liderança (religiosa).
E, além disso, se por um lado os educadores não estão apaixonados por suas profissões para ensinar os alunos a pensarem e entenderem a realidade em que vivem com clareza e sem a manipulação inerente ao sistema educacional como um todo, que justifica a manutenção do próprio “sistema” e com isso geram milhares de “ovelhas” para o pasto, do outro lado tem muita gente utilizando-se da “prática educacional” e da dialética, ou da lábia, pra persuadir e atrair milhares de fiéis que necessitam de algo “sólido” para se agarrarem. Já que a razão adormecida na ignorância mais parece um pântano escorregadio e perigoso, no qual quem nele se aventura estará sujeito a queimar eternamente no mármore do inferno ( ou qualquer outra coisa que o valha ).
Engraçado é que eu intentava falar de política, quando comecei a escrever esse texto. É, mas política e religião não é praticamente o pleito eleitoral do momento?
OBS.: a palavra deus no texto acima aparece com a inicial em minúsculo, em respeito ao meu Deus, que não é esse deus do qual falam por ai, que prega a discórdia, a vingança, a segregação, a tirania, o preconceito. Muito menos vende o lugar no céu.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Quer ser meu amigo?
São 2:34 da madrugada e eu não consigo dormir.
Tá um calor infernal.
Fui à praia ontem, deve ser esse o motivo.
Sabe, o seu corpo fica quente e não tem creminho de marca nenhuma que alívie o calor.
Essa é a pior parte de ir à praia, o pós-praia!
Já que o sono não chega, vamos pensar sociologicamente por dentro da aspiral fumacenta das análises onde Marx e Weber se perderam um dia.
Pra começar, o que aconteceu com o limite da individualidade?
QUAL É?
Imagine a cena: Um cara(ou uma coroa, como preferir) entra no ônibus e pede lincença para sentar ao lado de um desconhecido(questão de educação), só que a coroa(ou cara, tanto faz) que já estava sentado não pára de falar de sua vida. Então(até esse ponto) o educadinho se vira e diz: "pra mim tanto faz, não tenho o menor interesse em saber coisas da sua vida!"(questão de coragem).
Aviso aos navegantes:
Não repita isso nos ônibus(principalmente Rio Doce/CDU), sujeito a bofetadas em sua face. Lembre-se é uma situação imaginária(será mesmo?).
Neste caso temos a quebra da individualidade de ambos os personagens.
Primeiro personagem: o que ouve.
Ele pediu licença apenas para encostar a bunda na cadeira, colocar os fones nos ouvidos e escutar um Metal pesado ou um Brega romântico, entrar em estado de latência e só sair quando o ônibus chegar ao ponto final de sua vigem.
Acredite, ele não quer criar laços afetivos em uma viagem de ônibus(acho que nem é possível).
Segundo personagem: o que fala.
A quebra em sua individualidade ocorreu quando o outro lhe pediu licença. Só que em sua mente isso deu-lhe direito de iniciar uma conversa mais profunda.
COMO ASSIM?
Estamos em um ônibus, não em um encontro às escuras!
O que é isso então? Necessidade de desabafar? De ter um ombro amigo?(sério? num ônibus?)
Com essa pessoa a individualidade se tornou uma possível solidão.Ela pode ter vários "amigos" no orkut ou não sei quantos seguidores no twitter mas quem realmente é amigo?(que poético!)
Isso pode acontecer com qualquer um. Mergulhamos em um mundo virtual com facilidade aos montes."Conhecemos" pessoas em vários lugares, rimos, conversamos bobagens, nos divertimos e ao olharmos pro lado não tem ninguém.
Eu e uma tela!(outra situação imaginária, prefiro interações face a face!).
Não tô dizendo que internet é o diabo ou que ter seguidores virtuais é ser perseguido nas ruas. Só devemos estabelecer limites para não chegar no ponto de achar que um "bom dia" do porteiro seja uma mensagem subliminar de "seja meu amigo de infância".
Uma questão que devo resaltar... a aspiral tá me deixando tonta. Você não tá sentido nada? Já tô acabando, tá? O que eu tava falando? Esquece... deixa pra lá!
Não tô aqui para salvar ninguém. Não sou heroína.(que droga!) Nem tô procurando salvação.
Só tô dizendo: preservem suas individualidades mas não se percam no caminho. Usem e abusem da internet mas lembrem-se que sair com os amigos(os de carne e osso) é muito mais interessante.
Divertido. Diversão.
Não há problema em ser individualista mas temos que ter cuidado para não nos individualizarmos!
Putz. Marx já me mandou calar a boca duas vezes! Melhor eu ir embora que a aspiral tá sumindo.
Se a viagem de ida é longa imagina a de volta! Tá bom, tô indo... a gente se encontra no CFCH.
Tá um calor infernal.
Fui à praia ontem, deve ser esse o motivo.
Sabe, o seu corpo fica quente e não tem creminho de marca nenhuma que alívie o calor.
Essa é a pior parte de ir à praia, o pós-praia!
Já que o sono não chega, vamos pensar sociologicamente por dentro da aspiral fumacenta das análises onde Marx e Weber se perderam um dia.
Pra começar, o que aconteceu com o limite da individualidade?
QUAL É?
Imagine a cena: Um cara(ou uma coroa, como preferir) entra no ônibus e pede lincença para sentar ao lado de um desconhecido(questão de educação), só que a coroa(ou cara, tanto faz) que já estava sentado não pára de falar de sua vida. Então(até esse ponto) o educadinho se vira e diz: "pra mim tanto faz, não tenho o menor interesse em saber coisas da sua vida!"(questão de coragem).
Aviso aos navegantes:
Não repita isso nos ônibus(principalmente Rio Doce/CDU), sujeito a bofetadas em sua face. Lembre-se é uma situação imaginária(será mesmo?).
Neste caso temos a quebra da individualidade de ambos os personagens.
Primeiro personagem: o que ouve.
Ele pediu licença apenas para encostar a bunda na cadeira, colocar os fones nos ouvidos e escutar um Metal pesado ou um Brega romântico, entrar em estado de latência e só sair quando o ônibus chegar ao ponto final de sua vigem.
Acredite, ele não quer criar laços afetivos em uma viagem de ônibus(acho que nem é possível).
Segundo personagem: o que fala.
A quebra em sua individualidade ocorreu quando o outro lhe pediu licença. Só que em sua mente isso deu-lhe direito de iniciar uma conversa mais profunda.
COMO ASSIM?
Estamos em um ônibus, não em um encontro às escuras!
O que é isso então? Necessidade de desabafar? De ter um ombro amigo?(sério? num ônibus?)
Com essa pessoa a individualidade se tornou uma possível solidão.Ela pode ter vários "amigos" no orkut ou não sei quantos seguidores no twitter mas quem realmente é amigo?(que poético!)
Isso pode acontecer com qualquer um. Mergulhamos em um mundo virtual com facilidade aos montes."Conhecemos" pessoas em vários lugares, rimos, conversamos bobagens, nos divertimos e ao olharmos pro lado não tem ninguém.
Eu e uma tela!(outra situação imaginária, prefiro interações face a face!).
Não tô dizendo que internet é o diabo ou que ter seguidores virtuais é ser perseguido nas ruas. Só devemos estabelecer limites para não chegar no ponto de achar que um "bom dia" do porteiro seja uma mensagem subliminar de "seja meu amigo de infância".
Uma questão que devo resaltar... a aspiral tá me deixando tonta. Você não tá sentido nada? Já tô acabando, tá? O que eu tava falando? Esquece... deixa pra lá!
Não tô aqui para salvar ninguém. Não sou heroína.(que droga!) Nem tô procurando salvação.
Só tô dizendo: preservem suas individualidades mas não se percam no caminho. Usem e abusem da internet mas lembrem-se que sair com os amigos(os de carne e osso) é muito mais interessante.
Divertido. Diversão.
Não há problema em ser individualista mas temos que ter cuidado para não nos individualizarmos!
Putz. Marx já me mandou calar a boca duas vezes! Melhor eu ir embora que a aspiral tá sumindo.
Se a viagem de ida é longa imagina a de volta! Tá bom, tô indo... a gente se encontra no CFCH.
domingo, 10 de outubro de 2010
...Que não se torne mais comum...
Ainda um pouco abalada pela forma grosseira com que uma colega de classe foi tratada diante de seus colegas e por que não dizer, humilhada ( pois esse seria o meu sentimento, se fosse comigo), comecei a pensar o que faz pessoas tão instruídas, tão cultas, tão imersas nos estudos científicos, mestres, doutores e não sei mais lá o quê, ignorar os efeitos psicológicos que suas atitudes, certamente impulsivas ( não querendo justificar nada ), possa irreversivelmente causar.
O problema, se é que posso chamar assim, afinal essas atitudes parecem ser comuns entre @s "cientistas" que me foram apresentad@s até agora,é que ele ( o problema ) se agrava pelo conteúdo em que esses mestres são mestres.
Se não tivesse envolvido no fato, algo que para mim tem relação com gentileza, tato no trato com as pessoas, altruísmo, cortesia e delicadeza e se para mim tais coisas não fossem mais importantes que títulos, classes, status, poder, ego enfim, talvez sim, o fato poderia ser um bom exemplo para nossos estudos.
O curso de ciências sociais tem sido maravilhoso para mim. O foco está nos ensinamentos, no aprendizado e em tudo que poderei "sugar", em termos de conhecimentos, dos meus professores. Diferentemente de alguns alunos que desistiram e de outros que estão nessa iminência, continuo muito satisfeita e empolgada com o curso.
Tento aplicar um dos fundamentos ( utilizando-me do conceito da palavra aprendido pelo senso-comum) das ciências sociais, que é sempre observar tudo por diversos angulos e perspectivas.
E se a sociedade, a raça, as classes, a estratificação, a evolução do homem ... precisam ser analisadas assim, por que o ser humano que é o cerne de tudo, muitas vezes é compreendido de forma monofocal? Por que as dificuldades, longe se serem "desculpas" para atitudes relapças , falta de interesse, desatenção, não podem ser levadas em consideração na hora de fazer julgamentos?
Tenho receio que a "cientificação" roube de mim o afeto, a amabilidade, a ternura, e o respeito pelo outro. O outro ser humano igual a mim. Independente ( e antes ) de ser aluno, mestre, rico, pobre, letrado ou analfabeto. Tenho medo de perder o respeito pelo diferente, seja diferente na cor, no sexo, no poder econômico, na fé, na identidade sexual, no prestígio, na etnia, na opinião, no partido político etc.
Qual será distância ideal a ser mantida entre professor@s e alun@os?
Lembrei de um filme, que mostra bem como é ( e será ) difícil manter a "humanização", a importância e a atenção nas pessoas, como ser humanos, antes de torná-los apenas objeto de estudo.
Patch Adams mostra sua luta árdua contra o distanciamento pregado entre médicos e pacientes. O mesmo parece acontecer entre mestr@s e alunos.
Porém , não podemos esquecer dos eucalíptos e jatobás. Estamos @endo ensinados para sermos educadores. E por falar em educador, lembro-me do CE e dos educadores que temos. Onde podemos dizer: "Eu discordo professora". E ouvir como resposta: "Tudo bem, é uma questão de ideologia".
Tudo bem, ciência não é ideologia. E o ser humano não pode ser resumido a objeto de estudo. Pelo menos não para mim, e meu conhecimento resultante da interação com pessoas. ( longe da ciência ).
Eu acho que podemos ganhar muito, não nos esquecendo do choro vertiginoso que presenciamos de uma colega e com isso, evitarmos causar este tipo de dor em noss@s futur@s alun@s, ou em quem quer que seja. Afinal, nossas vidas já são atribuladas o suficiente.
Pergunto-me, por exemplo, quantos alunos da noite, realmente estão nesse turno por preferência, ou por não dispor de outro horário, para conseguir uma formação universitária.
Sou ciente do esforço de tanto, como eu, para sair do trabalho e se dirigir para uma faculdade, abdicando da família, dos filh@s, do cônjuge, do lazer, ignorando as chateações e cobranças do chefe arbitrário e desumano, dos engarrafamentos, do onibus lotado, dos lanches rápidos, das noites em claro, para tentar manter a leitura em dia.... tudo para conseguir se formar e quem sabe, melhorar suas condições de vida.
Infelizmente, nem todos podem pode se dar ao luxo de estudar, entregando-se plenamente aos estudos.
E quanta diferença isso faz!
Mas nem por isso desistiremos.
Nem sei qual o meu intúito ao escrever essas palavras, pois sei da "sorte" que temos por estar onde estamos e ter os "detentores do conhecimento" que temos. Pode ser que a motivação tenha sido apenas aliviar o engasgo.
Mas também pode ser, que eu tenha um fio de esperança, deque essas coisas, esse distanciamento, não se torne "normal", "comum", "corriqueiro".
O problema, se é que posso chamar assim, afinal essas atitudes parecem ser comuns entre @s "cientistas" que me foram apresentad@s até agora,é que ele ( o problema ) se agrava pelo conteúdo em que esses mestres são mestres.
Se não tivesse envolvido no fato, algo que para mim tem relação com gentileza, tato no trato com as pessoas, altruísmo, cortesia e delicadeza e se para mim tais coisas não fossem mais importantes que títulos, classes, status, poder, ego enfim, talvez sim, o fato poderia ser um bom exemplo para nossos estudos.
O curso de ciências sociais tem sido maravilhoso para mim. O foco está nos ensinamentos, no aprendizado e em tudo que poderei "sugar", em termos de conhecimentos, dos meus professores. Diferentemente de alguns alunos que desistiram e de outros que estão nessa iminência, continuo muito satisfeita e empolgada com o curso.
Tento aplicar um dos fundamentos ( utilizando-me do conceito da palavra aprendido pelo senso-comum) das ciências sociais, que é sempre observar tudo por diversos angulos e perspectivas.
E se a sociedade, a raça, as classes, a estratificação, a evolução do homem ... precisam ser analisadas assim, por que o ser humano que é o cerne de tudo, muitas vezes é compreendido de forma monofocal? Por que as dificuldades, longe se serem "desculpas" para atitudes relapças , falta de interesse, desatenção, não podem ser levadas em consideração na hora de fazer julgamentos?
Tenho receio que a "cientificação" roube de mim o afeto, a amabilidade, a ternura, e o respeito pelo outro. O outro ser humano igual a mim. Independente ( e antes ) de ser aluno, mestre, rico, pobre, letrado ou analfabeto. Tenho medo de perder o respeito pelo diferente, seja diferente na cor, no sexo, no poder econômico, na fé, na identidade sexual, no prestígio, na etnia, na opinião, no partido político etc.
Qual será distância ideal a ser mantida entre professor@s e alun@os?
Lembrei de um filme, que mostra bem como é ( e será ) difícil manter a "humanização", a importância e a atenção nas pessoas, como ser humanos, antes de torná-los apenas objeto de estudo.
Patch Adams mostra sua luta árdua contra o distanciamento pregado entre médicos e pacientes. O mesmo parece acontecer entre mestr@s e alunos.
Porém , não podemos esquecer dos eucalíptos e jatobás. Estamos @endo ensinados para sermos educadores. E por falar em educador, lembro-me do CE e dos educadores que temos. Onde podemos dizer: "Eu discordo professora". E ouvir como resposta: "Tudo bem, é uma questão de ideologia".
Tudo bem, ciência não é ideologia. E o ser humano não pode ser resumido a objeto de estudo. Pelo menos não para mim, e meu conhecimento resultante da interação com pessoas. ( longe da ciência ).
Eu acho que podemos ganhar muito, não nos esquecendo do choro vertiginoso que presenciamos de uma colega e com isso, evitarmos causar este tipo de dor em noss@s futur@s alun@s, ou em quem quer que seja. Afinal, nossas vidas já são atribuladas o suficiente.
Pergunto-me, por exemplo, quantos alunos da noite, realmente estão nesse turno por preferência, ou por não dispor de outro horário, para conseguir uma formação universitária.
Sou ciente do esforço de tanto, como eu, para sair do trabalho e se dirigir para uma faculdade, abdicando da família, dos filh@s, do cônjuge, do lazer, ignorando as chateações e cobranças do chefe arbitrário e desumano, dos engarrafamentos, do onibus lotado, dos lanches rápidos, das noites em claro, para tentar manter a leitura em dia.... tudo para conseguir se formar e quem sabe, melhorar suas condições de vida.
Infelizmente, nem todos podem pode se dar ao luxo de estudar, entregando-se plenamente aos estudos.
E quanta diferença isso faz!
Mas nem por isso desistiremos.
Nem sei qual o meu intúito ao escrever essas palavras, pois sei da "sorte" que temos por estar onde estamos e ter os "detentores do conhecimento" que temos. Pode ser que a motivação tenha sido apenas aliviar o engasgo.
Mas também pode ser, que eu tenha um fio de esperança, deque essas coisas, esse distanciamento, não se torne "normal", "comum", "corriqueiro".
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Vivemos num Irã Cristão Protestante?
O Irã mistura religião com política desde 1979. É por ordem religiosa que se apedreja mulheres adúlteras por lá. Em 1989, o escritor britânico Salman Rushdie escreveu "Os Versos Satânicos", onde fazia graça com Maomé. O aiatolá Khomeini, que mandava no Irã na época, prometeu pagar uma recompensa a quem matasse o escritor.
Eu não sou religioso, mas respeito imensamente quem é. Ela dá uma coesão de identidade comunitária a seus praticantes.
O grande problema é misturar religião com política. É mais ou menos como misturar cachaça com cerveja - ressaca na certa.
Um país do tamanho do Brasil tem gente de todas as religiões. E nem sempre o que é bom para os praticantes de cada uma delas é bom para todos os praticantes. Por isso é que a Constituição afirma que o Estado é laico, ou seja, que não existe religião oficial. Isso é pra tentar garantir que pessoas de todas as crenças, inclusive a não-crença, tenham seus direitos respeitados. Até porque várias religiões afirmam que todos nascem iguais perante Deus. O que também está na Constituição, só que diferente: todos são iguais perante a lei, que é feita pelo consenso dos homens.
Nos últimos dias da campanha eleitoral do primeiro turno, porém, foram feitos ataques religiosos aos principais candidatos.
A baixaria estava à solta. A julgar pelo tom da baixaria, vivemos num Irã cristão e ninguém me avisou.
Dilma Rousseff foi atacada pelos fãs do Serra porque falava que aborto deve ser tratado como uma questão de saúde pública. E ela estava certa: mulheres morrem todo ano por aborto malfeito e por não serem devidamente tratadas. Pior: por ser tratado como questão penal, a mulher que é pega tendo feito também responde criminalmente por isso. Escrevi a respeito nesta coluna do já saudoso MTV na Rua: "A Manicure e os Presidenciáveis".
Tudo bem que você tenha por princípio não fazer. Tudo bem que você considere, com razão, que é melhor evitar a gravidez (embora a igreja católica seja contra a camisinha). O problema é que mulheres fazem, por motivos muito pessoais. Seja por falta de condições pra criar um filho a mais, seja por falta de maturidade. Não cabe ao Estado julgar os motivos da mulher. Quem faz um aborto, ainda mais se improvisado, já tem um sofrimento grande interno.
José Serra foi atacado pelos fãs da Dilma porque teria autorizado quando ministro da Saúde o uso da pílula do dia seguinte no Brasil. Poxa, isso é uma medida importante. Usar camisinha é melhor e menos traumático? É. Mas se tudo mais der errado essa pílula no mínimo evita que uma mulher resolva depois fazer um aborto.
Tudo bem que você tenha por princípio não usar. Tudo bem que você considere que é melhor prevenir. Tudo bem até que você diga que, se não der pra prevenir, melhor o casal manter a roupa no lugar. Tudo isso é ótimo para quem aplica. O problema é que nem todo mundo consegue aplicar. As pessoas erram, porque errar é humano. Não cabe a ninguém julgar os motivos ou erros dos outros. Aliás, não tinha um cabeludo que dizia isso há 2 mil anos?
Marina Silva, que é evangélica, sofreu ataques religiosos de vários lados. Por um lado, por ser evangélica. Por outro, por ter atraído votos evangélicos e levado a eleição ao segundo turno. Por um terceiro, pelas companhias que tem no partido. O pessoal do Blog da Dilma 13 (de apoiadores) tuitou baixarias a respeito: que "cristão não sabe que o partido da Marina defende a liberação da maconha" e que "Marina é a favor do casamento gay". Aqui nos comentários alguém disse algo parecido com o contrário, que Marina acabaria com o uso de drogas e os gays.
Especificamente sobre o "casamento gay", também é uma proposta defendida por várias pessoas do partido da Dilma. Eu não seria beneficiado por essa medida, mas me guio pelo princípio de que o que os outros fazem nas suas camas só é da conta de quem é convidado a participar. Se você não foi convidado, não é da sua conta. Se foi, sempre pode recusar o convite. Agora, quando duas pessoas têm uma vida juntas precisam ter direitos juntas. Por exemplo, o de partilhar legalmente os bens comprados juntos. Ou de ter plano de saúde no nome do parceiro. Independente se são um homem e uma mulher ou duas pessoas do mesmo sexo. Isso é cidadania: todos devem ter os mesmos direitos, independente do que fazem lá na cama deles de porta fechada. Você pode não gostar da ideia de ficar com uma pessoa do mesmo sexo, por motivos religiosos ou de gosto pessoal. Ótimo: não fique. Mas respeite quem fica. Eles têm, ou precisam ter, os mesmos direitos que você.
Especificamente sobre a "liberação da maconha", é uma coisa controversa. A única droga que eu uso é vinho com suco de pêssego (vinho bom não é droga), mas observo que a política de repressão ao uso de drogas ilegais só deu poder aos traficantes. E não sou só eu. Vários caras no PT pensam assim. Vários caras no PV também. O Fernando Henrique Cardoso pensa assim, pra citar um cara do PSDB. Um dos programas especiais do Tome Conta do Brasil tem a ver com isso. Não assistiu? Assista aqui. Não existe solução pronta pra essa questão. Mas nunca existirá se o assunto não for discutido.
Todo ano de eleição é assim. Pra garantir votos, os candidatos beijam o anel de tudo o que é padre, pastor e pai de santo.
Brigam por esses votos.
E acabam abafando a discussão de questões que são importantes para a sociedade.
Dilma e Serra são políticos de cabeça bastante aberta. O problema é que não tem cabeça aberta que resista à vontade de tirar uns votinhos do adversário do jeito mais baixo possível. E aí, às favas a honestidade intelectual e o estado laico.
Religião é importante para quem a pratica. O funcionamento é importante pra quem pratica qualquer religião, ou mesmo não pratica religião nenhuma.
Respeite sua fé: não a misture com política.
Marcelo Soares
Fonte: http://mtv.uol.com.br/tomecontadobrasil/blog/misturar-religiao-com-politica-da-dor-de-barriga-num-pais-democratico-lembre-disso
Eu não sou religioso, mas respeito imensamente quem é. Ela dá uma coesão de identidade comunitária a seus praticantes.
O grande problema é misturar religião com política. É mais ou menos como misturar cachaça com cerveja - ressaca na certa.
Um país do tamanho do Brasil tem gente de todas as religiões. E nem sempre o que é bom para os praticantes de cada uma delas é bom para todos os praticantes. Por isso é que a Constituição afirma que o Estado é laico, ou seja, que não existe religião oficial. Isso é pra tentar garantir que pessoas de todas as crenças, inclusive a não-crença, tenham seus direitos respeitados. Até porque várias religiões afirmam que todos nascem iguais perante Deus. O que também está na Constituição, só que diferente: todos são iguais perante a lei, que é feita pelo consenso dos homens.
Nos últimos dias da campanha eleitoral do primeiro turno, porém, foram feitos ataques religiosos aos principais candidatos.
A baixaria estava à solta. A julgar pelo tom da baixaria, vivemos num Irã cristão e ninguém me avisou.
Dilma Rousseff foi atacada pelos fãs do Serra porque falava que aborto deve ser tratado como uma questão de saúde pública. E ela estava certa: mulheres morrem todo ano por aborto malfeito e por não serem devidamente tratadas. Pior: por ser tratado como questão penal, a mulher que é pega tendo feito também responde criminalmente por isso. Escrevi a respeito nesta coluna do já saudoso MTV na Rua: "A Manicure e os Presidenciáveis".
Tudo bem que você tenha por princípio não fazer. Tudo bem que você considere, com razão, que é melhor evitar a gravidez (embora a igreja católica seja contra a camisinha). O problema é que mulheres fazem, por motivos muito pessoais. Seja por falta de condições pra criar um filho a mais, seja por falta de maturidade. Não cabe ao Estado julgar os motivos da mulher. Quem faz um aborto, ainda mais se improvisado, já tem um sofrimento grande interno.
José Serra foi atacado pelos fãs da Dilma porque teria autorizado quando ministro da Saúde o uso da pílula do dia seguinte no Brasil. Poxa, isso é uma medida importante. Usar camisinha é melhor e menos traumático? É. Mas se tudo mais der errado essa pílula no mínimo evita que uma mulher resolva depois fazer um aborto.
Tudo bem que você tenha por princípio não usar. Tudo bem que você considere que é melhor prevenir. Tudo bem até que você diga que, se não der pra prevenir, melhor o casal manter a roupa no lugar. Tudo isso é ótimo para quem aplica. O problema é que nem todo mundo consegue aplicar. As pessoas erram, porque errar é humano. Não cabe a ninguém julgar os motivos ou erros dos outros. Aliás, não tinha um cabeludo que dizia isso há 2 mil anos?
Marina Silva, que é evangélica, sofreu ataques religiosos de vários lados. Por um lado, por ser evangélica. Por outro, por ter atraído votos evangélicos e levado a eleição ao segundo turno. Por um terceiro, pelas companhias que tem no partido. O pessoal do Blog da Dilma 13 (de apoiadores) tuitou baixarias a respeito: que "cristão não sabe que o partido da Marina defende a liberação da maconha" e que "Marina é a favor do casamento gay". Aqui nos comentários alguém disse algo parecido com o contrário, que Marina acabaria com o uso de drogas e os gays.
Especificamente sobre o "casamento gay", também é uma proposta defendida por várias pessoas do partido da Dilma. Eu não seria beneficiado por essa medida, mas me guio pelo princípio de que o que os outros fazem nas suas camas só é da conta de quem é convidado a participar. Se você não foi convidado, não é da sua conta. Se foi, sempre pode recusar o convite. Agora, quando duas pessoas têm uma vida juntas precisam ter direitos juntas. Por exemplo, o de partilhar legalmente os bens comprados juntos. Ou de ter plano de saúde no nome do parceiro. Independente se são um homem e uma mulher ou duas pessoas do mesmo sexo. Isso é cidadania: todos devem ter os mesmos direitos, independente do que fazem lá na cama deles de porta fechada. Você pode não gostar da ideia de ficar com uma pessoa do mesmo sexo, por motivos religiosos ou de gosto pessoal. Ótimo: não fique. Mas respeite quem fica. Eles têm, ou precisam ter, os mesmos direitos que você.
Especificamente sobre a "liberação da maconha", é uma coisa controversa. A única droga que eu uso é vinho com suco de pêssego (vinho bom não é droga), mas observo que a política de repressão ao uso de drogas ilegais só deu poder aos traficantes. E não sou só eu. Vários caras no PT pensam assim. Vários caras no PV também. O Fernando Henrique Cardoso pensa assim, pra citar um cara do PSDB. Um dos programas especiais do Tome Conta do Brasil tem a ver com isso. Não assistiu? Assista aqui. Não existe solução pronta pra essa questão. Mas nunca existirá se o assunto não for discutido.
Todo ano de eleição é assim. Pra garantir votos, os candidatos beijam o anel de tudo o que é padre, pastor e pai de santo.
Brigam por esses votos.
E acabam abafando a discussão de questões que são importantes para a sociedade.
Dilma e Serra são políticos de cabeça bastante aberta. O problema é que não tem cabeça aberta que resista à vontade de tirar uns votinhos do adversário do jeito mais baixo possível. E aí, às favas a honestidade intelectual e o estado laico.
Religião é importante para quem a pratica. O funcionamento é importante pra quem pratica qualquer religião, ou mesmo não pratica religião nenhuma.
Respeite sua fé: não a misture com política.
Marcelo Soares
Fonte: http://mtv.uol.com.br/tomecontadobrasil/blog/misturar-religiao-com-politica-da-dor-de-barriga-num-pais-democratico-lembre-disso
Deus disse isso?

Nessas últimas duas semanas, tenho percebido uma euforia do que chamaria de setores polarizados da sociedade brasileira, algo que me entristece muito como alguém que ainda aspira igualdade de direitos. Vejo grupos de negros, de mulheres, de gays, de sem terras, todos aqueles oprimidos por uma sociedade injusta e hipócrita ganharem cada vez mais espaço pela luta de direitos que diminuam a sua exclusão como cidadãos; para obterem direitos como os heteros, os brancos, os ricos, os homens. Vejo que essa luta começa a se acirrar no momento em que as particularidades religiosas sobretudo, extrapolam o que deveria ser sua ideia a respeito da conduta própria.
Sobre os motivos que tenho visto nos grupos religiosos para ir contra a aprovação da Lei da Homofobia e da Legalização do Aborto; ouço, vejo e percebo nitidamente fundamentos rasos, baseados em sua ideia do que seria Deus, de interpretações sobre um livro sagrado, e obviamente sobre o que seu líder religioso fala. Acho que antes de afirmar que vivemos em um Estado LAICO (ou seja sem interferências religiosas nas atitudes dos governos), deveria questionar o que tenho ouvido.
- A Lei da Homofobia é tida como algo que restringirá a Bíblia na sua condenação aos homossexuais. Já é comprovado que os textos bíblicos considerados anti-homossexuais tem tradução duvidosa, e que determinadas palavras na Idade Média eram traduzidas para a palavra Masturbação (sabe naquela mesma época que os garotos tinham que por uma gaiola no pênis para não se tocar e estragar a vida, pois o esperma é vida) [Helminiak, 1998] . Lendo a Lei na integra, não vejo nenhuma restrição para os evangélicos pensarem que os gays são tomados por espíritos malignos ou algo do tipo (assim como alguns Mórmons acham que os negros são almas impuras pela sua cor, ou que Islâmicos achem que as mulheres devem ser sempre submissas e que são seres impuros), mas fica claro e é frisado que manifestações que os tratem como doentes ou seres segregados da sociedade é algo condenável. Assim como os as que geram preconceitos contra negros, e os religiosos (evangélicos, macumbeiros, umbandistas, espiritas e etc).
-A Lei não obriga nenhuma igreja a casar gays, o Estado não pode obrigar nenhuma religião a fazer seus rituais de passagem a ninguém. Entretanto assim como os heterossexuais, os gays tem a liberdade de irem a igrejas e serem recebidos como qualquer cidadão desde que se porte como um que se adeque as regras estéticas. Qual o problema de um casal gay ir a igreja? Eles não podem trocar abraços? Carinhos? Os heteros não podem? Porque os gays não podem? Isso é excluir o direito de igualdade, por suas concepções particulares sobre o mundo.
- Me pergunto. Qual o problema dos gays se casarem no civil? Ouvi muito: "Não votarei na DILMA para que os gays não se casem, vou de Marina porque ela é do Senhor". Me questiono novamente. Qual o problema de gays que se amam terem direitos civis como tem um casal de heteros? Porque interpretam que Deus diz isso? Deus não diz: "Amei o outro como a si mesmo"? Na própria Bíblia Jonatas não ama um homem mais que o amor das mulheres? (Bíblia Protestante, II Samuel 1:26) Mas volto a dizer o ESTADO é LAICO. A ideia religiosa sobre isso é algo particular, o Estado tem o dever de tornar tornar e garantir todos com direitos iguais. Um casal gay não pode ter um plano de saúde compartilhado, porque dizem que Deus não autoriza? Um gay não pode receber pensão de seu falecido companheir@ porque Deus não quer? Um casal gay não pode adotar uma criança porque eles são impuros segundo dizem que Deus diz? Sim e Deus...ele disse mesmo isso? E se disse, todos tem que acreditar nos que acreditam em Deus e seguir suas regras? Voltemos então ao Estado Católico, condenemos as Igrejas Evangélicas, os Terreiros, os Centro Espiritas... Queimaremos todos? Segundo alguns católicos Deus diz isso. Segundo Bush, invadir o Oriente é algo em "nome de DEUS". As Cruzadas que mataram milhares de pessoas era "Em nome de DEUS". Particularmente não creio nesse Deus que me dizem ser, se Deus é amor, amor não é isso, pelo que aprendi.
Me entristece ver pessoas que falam tanto em Deus se mobilizarem para que um grupo de pessoas não tenham direitos iguais, se vê tanto esforço e gasto de tempo para dizer que DEUS disse isso para eles, e que todos devemos crer. Me questiono diariamente sobre esse ideal cristão que põem o dinheiro como uma benção divina, que torna os fieis em seres que não questionam o que lhe dizem, o que o pastor lhe diz. Certa vez ouvi que um sociólogo deveria observar esse movimento religioso que ganha força no país como algo importante na mudança social, vejo isso com tristeza, mais uma dentre as várias que vejo desde que comecei a estudar Sociologia. Tantas coisas para serem feitas, tantas desigualdades, tantas crianças necessitando de abrigo, de carinho, de ajuda, tanta dor num país corrompido como o nosso, e vejo tanta gente se empenhando contra a ampliação de direitos.
No tempo que fui evangélico, ouvi muito que a nação do Senhor seria glorificada, e os EUA sempre foi um exemplo, quando descobri que o país "De JESUS" matava milhares de pessoas pelo mundo, que dava golpes militares e tornava todos em seus submissos, perguntei: Deus disse isso? Os muçulmanos fundamentalistas pensam assim também, o Vaticano também, o que faremos? Vamos matar por que Deus disse isso a cada um em particular?
Vivo num país que o Estado não deve ter interferência nas leis, mesmo assim candidatos se elegem com o Slogan:" Pastor, de DEUS, Cordeiro e etc" Quando roubam... é porque Deus disse? São esses mesmos que põem leis que adequem seus preceitos religiosos a todos, que acham que sua visão de mundo é a mais correta, sim, porque Deus disse para eles. Muitos evangélicos foram eleitos esse ano, com o dever de barras direitos como dos gays e da legalização do aborto, de porem princípios da família de Deus, daquilo que Deus disse nas leis do Estado. Pois bem, o Estado LAICO deve acabar?
Um fato me assustou no dia da eleição; um candidato, no qual prefiro não citar por medo, sim medo, foi em várias igrejas evangélicas se firmar como candidato do Senhor, bem, ele é possuidor vários latifúndios no interior de PE, e tem conflitos com moradores que foram expulsos de suas terras. Esse candidato é acusado de ter mandado matar vários dos sem terra, eles vivem acampados as margens de suas antigas terras, e sofrem ameaças, uns amigos da UFPE se envolveram na causa e correm risco sério de serem alvo desse homem "do Senhor". Bem falei isso a uma eleitora dele, e ouvi: "Ele é evangélico, vou votar nele e pronto". Bem ele está eleito, no top 5 dos mais votados de PE.
Se Deus disse tudo isso, fique com esse Deus pra si, sou cidadão e não um submisso a interpretações de um ser sobrenatural criado por preconceitos.
Acredito em outro DEUS.
Quando for buscar mudar seu voto, sobretudo nesse segundo turno, pense o que seria se cada um colocasse nas leis o que se acha sobre diretos de DEUS. Pense em quantas pessoas são excluídas em nome dessa visão de Deus.
Que essa onda de conservadorismo não passe de acaso, que esse conservador do PSDB não nos traga situações mais drásticas e destrua as melhorias que o país teve nos últimos anos, que a sociedade reflita sobre isso, sem preconceitos.
* Helminiak, Daniel A. Summus/Edições GLS, 1998.
- Daniel A. Helminiak foi padre por 28 anos. Ph.D. em teologia sistemática pelo Boston College e em psicologia educacional pela Universidade do Texas, atualmente leciona no estado da Geórgia.
Wellthon Leal
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Primeiro Post
Achei interessante criar um blog, primeiramente para estimular a escrita e a argumentação escrita. No blog, poderemos fazer isso constantemente, discutindo diversos assuntos, os mais inusitados, os políticos, os bombásticos, assuntos das aulas, teorias enfim, todos os assuntos que pudermos discutir saudavelmente, com a finalidade de aumentar conhecimentos e capacidade de diálogo.
O segundo ponto que me levou a criar este blog, é que aqui, poderemos nos sentir a vontade para expor nossas opniões e perspectivas diante de fatos, ou não e assim, quebramos a barreira da timidez.
Ainda um terceiro ponto é que eu acho importante perceber as diversas formas de enxergar as mesmas coisas... como nossa professora de sociologia diz: " há diversos ângulos que podemos olhar as mesmas coisas" e aqui, poderemos exercitar isso, colocando nossas posições e ouvindo ( lendo ) as dos outros.
Espero que a idéia seja aceita por todos (ou por alguns, pelo menos ) e que divulguem para amigos, colegas e parentes, e por que não, professores, mestres e quem quer que seja, que queira nos agraciar com sua participação e quem sabe, elucidação de questões por ventura expostas.
Um Beijo,
Hévellyn Patrícia
O segundo ponto que me levou a criar este blog, é que aqui, poderemos nos sentir a vontade para expor nossas opniões e perspectivas diante de fatos, ou não e assim, quebramos a barreira da timidez.
Ainda um terceiro ponto é que eu acho importante perceber as diversas formas de enxergar as mesmas coisas... como nossa professora de sociologia diz: " há diversos ângulos que podemos olhar as mesmas coisas" e aqui, poderemos exercitar isso, colocando nossas posições e ouvindo ( lendo ) as dos outros.
Espero que a idéia seja aceita por todos (ou por alguns, pelo menos ) e que divulguem para amigos, colegas e parentes, e por que não, professores, mestres e quem quer que seja, que queira nos agraciar com sua participação e quem sabe, elucidação de questões por ventura expostas.
Um Beijo,
Hévellyn Patrícia
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