quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quer ser meu amigo?

São 2:34 da madrugada e eu não consigo dormir.

Tá um calor infernal.

Fui à praia ontem, deve ser esse o motivo.

Sabe, o seu corpo fica quente e não tem creminho de marca nenhuma que alívie o calor.

Essa é a pior parte de ir à praia, o pós-praia!

Já que o sono não chega, vamos pensar sociologicamente por dentro da aspiral fumacenta das análises onde Marx e Weber se perderam um dia.

Pra começar, o que aconteceu com o limite da individualidade?

QUAL É?

Imagine a cena: Um cara(ou uma coroa, como preferir) entra no ônibus e pede lincença para sentar ao lado de um desconhecido(questão de educação), só que a coroa(ou cara, tanto faz) que já estava sentado não pára de falar de sua vida. Então(até esse ponto) o educadinho se vira e diz: "pra mim tanto faz, não tenho o menor interesse em saber coisas da sua vida!"(questão de coragem).

Aviso aos navegantes:
Não repita isso nos ônibus(principalmente Rio Doce/CDU), sujeito a bofetadas em sua face. Lembre-se é uma situação imaginária(será mesmo?).

Neste caso temos a quebra da individualidade de ambos os personagens.

Primeiro personagem: o que ouve.

Ele pediu licença apenas para encostar a bunda na cadeira, colocar os fones nos ouvidos e escutar um Metal pesado ou um Brega romântico, entrar em estado de latência e só sair quando o ônibus chegar ao ponto final de sua vigem.
Acredite, ele não quer criar laços afetivos em uma viagem de ônibus(acho que nem é possível).

Segundo personagem: o que fala.

A quebra em sua individualidade ocorreu quando o outro lhe pediu licença. Só que em sua mente isso deu-lhe direito de iniciar uma conversa mais profunda.

COMO ASSIM?

Estamos em um ônibus, não em um encontro às escuras!

O que é isso então? Necessidade de desabafar? De ter um ombro amigo?(sério? num ônibus?)
Com essa pessoa a individualidade se tornou uma possível solidão.Ela pode ter vários "amigos" no orkut ou não sei quantos seguidores no twitter mas quem realmente é amigo?(que poético!)

Isso pode acontecer com qualquer um. Mergulhamos em um mundo virtual com facilidade aos montes."Conhecemos" pessoas em vários lugares, rimos, conversamos bobagens, nos divertimos e ao olharmos pro lado não tem ninguém.

Eu e uma tela!(outra situação imaginária, prefiro interações face a face!).

Não tô dizendo que internet é o diabo ou que ter seguidores virtuais é ser perseguido nas ruas. Só devemos estabelecer limites para não chegar no ponto de achar que um "bom dia" do porteiro seja uma mensagem subliminar de "seja meu amigo de infância".

Uma questão que devo resaltar... a aspiral tá me deixando tonta. Você não tá sentido nada? Já tô acabando, tá? O que eu tava falando? Esquece... deixa pra lá!

Não tô aqui para salvar ninguém. Não sou heroína.(que droga!) Nem tô procurando salvação.

Só tô dizendo: preservem suas individualidades mas não se percam no caminho. Usem e abusem da internet mas lembrem-se que sair com os amigos(os de carne e osso) é muito mais interessante.

Divertido. Diversão.

Não há problema em ser individualista mas temos que ter cuidado para não nos individualizarmos!

Putz. Marx já me mandou calar a boca duas vezes! Melhor eu ir embora que a aspiral tá sumindo.

Se a viagem de ida é longa imagina a de volta! Tá bom, tô indo... a gente se encontra no CFCH.

3 comentários:

  1. Muito legal...
    É irônico, mas o que nos ajuda a aproximar as longas distâncias é exatamente o que afasta as proximidades.
    Estamos perto, ciberneticamente, do longe. E cada vez mais afastados e distantes, das proximidades, as vezes até das pessoas da nossa própria casa.
    Acho que ninguém pode prever onde e como terminará isso...

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  2. Oh doida tás puxando o que pra se inspirar desse jeito?!!! muito massa!!!!

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  3. Relações inter humanas são realmente uma incognita forte, o comportamento humano é uma viajem infinita... Froid gostava de dizer que tudo é sexo no fim das contas. Será o saneamento imediato de necessidades básicas o que fatalmente nos move? conheço bem casos de relacionamentos virtuais e relacionamentos relampago de busão... Hehehehe engraçado isso né. prefiro os de busão, vai que você encontra alguem interessante mesmo lá naquele aperto dos diabos, trava uma converça construtiva ou ainda acha o amor da sua vida... escutar o MP3 no talo é ignorar a estranha "não solidão" de se estar num ônibus. eu particularmente ja curti muito fazer isso. trocar a atenção doada a todas aquelas almas irmãs morimbundas viajantes ao seu lado por um bom som de guitarra distorcida. mas sei o quão foram importantes algumas palavras que troquei relampagamente nesses lotações da vida.

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